O ensino a distância no Brasil surge rompendo paradigmas e perspectivas do modelo de ensino presencial, no que tange aos métodos de ensino-aprendizagem, interação aluno-professor e modelos de avaliação, à exemplos. As ações docentes no processo de ensino-aprendizagem são ampliadas enquanto intensidade e diversidade, numa constante leitura enquanto professor-pesquisador dos processos de ensino e estratégias para aprendizagem.
Nos meados de 2008, minha percepção dos processos de ensino-aprendizagem se expandiram no emprego de novas tecnologias voltadas ao ensino, na educação a distância. Nos anos seguintes minhas ações docentes na área de Física no Curso de Licenciatura em Matemática a Distância (CLMD) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), modelaram um perfil docente atento ao emprego de novas tecnologias e a diversidade do perfil discente nos diferentes cenários em que atuo, disposto a uma constante troca de saberes e à permanente releitura de ações e competências.
O modelo EAD, reconhecido pelo MEC, desenvolvido e aplicado em diferentes países, não é recente no Brasil e constitui base da oferta de cursos superiores e de pós-graduação em inúmeras Instituições de Ensino brasileiras, públicas e privadas. As práticas, métodos e estratégias empregadas por diferentes Instituições tem por base estudos e projetos pilotos, nacionais e internacionais.
Infelizmente, o modelo de ensino empregado durante a Pandemia da COVID-19 não reproduziu os modelos e estratégias do EAD, devido o cenário inesperado as Instituições e sistemas de ensino não foram capazes de estruturar em tempo suas ações e infraestrutura, se limitando ao modelo remoto. Nesse sentido, tenho clareza da necessidade contínua de um estreitamento entre o ensino presencial e o ensino a distância, onde caminho perpassa pelo repensar entre os dois modelos e um constante desenvolvimento do modelo EAD, único capaz de responder às adversidades em cenários emergenciais.
No passado recente, participei das diferentes práticas previamente conhecidas na literatura a exemplo das atividades de atendimento e aulas de reforço remoto, bem como atuei na organização e revisão dos livros de Física básica I e II, distribuídos em inúmeros polos do CLMD em diferentes Estados brasileiros.
Entre aulas de reforço remoto e vídeo-aulas gravadas foram muitas horas de estúdio dedicadas ao desenvolvimento de materiais voltados para o ensino de Física em EAD, atendendo o perfil e nível de ensino do CLMD. As inúmeras vídeo-aulas constituíram a base da disciplina de Física básica II que por alguns anos compôs base da formação de inúmeros matemáticos ao longo do Brasil. Saudosamente apresento abaixo duas vídeo-aulas de meu acervo do CLMD.
Naturalmente com a experiência docente e um olhar atento ao desempenho de youtubers e influencers digitais, teria hoje várias críticas à parte dos materiais que desenvolvi. Notoriamente o tempo de desenvolvimento das atividades são fundamentais para a manutenção da concentração e interesse do internauta, fazendo referência aos nossos alunos no EAD. As estratégias com vídeos interativos e contextos atraentes, também são diferencias em relação às práticas em EAD e ao próprio ensino presencial.
Os modelos de avaliações são objetos de estudos frequentes na Educação, pois esta não é estacionária e está constante transformação. No cenário em EAD, em 2009, já discutíamos o processo de avaliação que à época apenas reproduzia o modelo convencional do ensino presencial, embora ainda seja o método adotado em diferentes Instituições. Com interesse de um modelo voltado para o EAD, num hibrido entre as avaliações qualitativas e quantitativas, publicamos o artigo: Parecer eletrônico no processo de avaliação em EAD. Da mesma forma, poderia apresentar várias críticas ao próprio artigo, considerando a evolução das tecnologias empregadas em EAD, e que naturalmente não pode ser um modelo estacionário.
Mais de uma década se passou, e com muito apreço e interesse ingresso numa nova jornada no EAD. Disposto a conciliar os novos perfis docentes e de pesquisadores com a qualidade de ensino nas modalidades presencial e EAD, me aventuro a repensar as práticas e estratégias dos segmentos no âmbito regional e nacional, numa releitura constante desses modelos frente às transformações na Educação e adversidades dos cenários emergenciais.